O brasileiro é inimigo do silêncio — como o barulho afeta sua vida
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Você provavelmente já assistiu a cenas como essas. São aquelas famosas promoções que acontecem em supermercados, onde os preços dos produtos, entre aspas, caem mais da metade, o que faz com que uma multidão inteira se pisoteie para tentar levar pelo menos uma mercadoria. Mas o curioso é que, em um livro do século passado, escrito por um romancista famoso, acontece algo semelhante. Ele escreve o seguinte:
“[…] uma vez em que ia andando por uma rua apinhada quando um brado imenso formado por centenas de vozes se elevara de uma rua lateral […]. Quando chegou ao ponto onde ocorria o tumulto, viu uma multidão […] reunida em torno das barracas de uma feira […]. Aparentemente, uma das barracas comercializava panelas de lata. Eram umas porcarias de umas panelas frágeis, de péssima qualidade. De repente o estoque disponível se esgotara. As mulheres que haviam conseguido comprar as suas, empurradas e golpeadas pelas restantes, tentavam se afastar dali com seus troféus, acusando o feirante de favoritismo […]. Duas mulheres haviam agarrado a mesma panela e cada uma tentava com todas as suas forças obrigar a outra a largá-la. […] Por que razão aquelas gargantas não poderiam ser capazes de gritar daquele jeito em relação a alguma coisa realmente importante?”.
George Orwell, 1984.
O trecho que eu citei é do livro 1984, publicado em 1949 pelo escritor inglês George Orwell. Apesar de se tratar de uma obra de ficção distópica, isto é, um futuro em que a humanidade vive em condições extremas de opressão, muito do que é retratado nele reflete as realidades políticas de muitas nações, passadas e presentes.
Esse trecho do livro resume bem o que acontece quando os indivíduos são consumidos por um comportamento de massa. Todo o primitivismo e impulsos instintivos são liberados, como se fosse uma luta pela própria sobrevivência. Algo semelhante acontece durantes as brigas com torcidas de futebol. Instantaneamente, uma atitude de “nós contra eles” é iniciada, e todos que são vistos com a mesma camiseta do time são amigos; os que são vistos vestindo a camiseta do time adversário são inimigos.
Uma vez que as pessoas são possuídas por esse estado coletivo, é muito difícil voltar à sua consciência individual por livre e espontânea vontade, o que torna as massas suscetíveis à manipulação por alguém que fale aquilo que elas querem ouvir.
Embora esse espírito coletivo tenha um lado importante quando estamos falando sobre formação de grupos e senso de pertencimento, prevenindo que o indivíduo muitas vezes caia em um abismo profundo causado pelos seus próprios pensamentos e tendências destrutivas, o coletivo pode se transformar em uma doutrina central para várias ideologias: o coletivismo, na qual os objetivos de um certo coletivo, como um estado, uma nação, uma classe socioeconômica, um grupo étnico ou uma sociedade, têm precedência sobre os objetivos dos indivíduos.
O comunismo e o fascismo são exemplos dessas ideologias coletivistas. E George Orwell acreditava que uma pré-condição para a ascensão do totalitarismo, isto é, um sistema político pelo qual um aparato estatal centralizado tenta controlar todos os aspectos da vida das pessoas, era justamente a adoção generalizada de uma mentalidade coletivista, e todas as nações totalitárias do século XX foram organizadas com base em alguma forma de ideologia coletivista – na União Soviética e na China, por exemplo, foi o comunismo, na Itália, o fascismo, na Alemanha, aquele regime que eu não posso falar o nome mas vocês já sabem qual é.
Isso acontece porque um dos fatores que faz com um tirano suba ao poder é a sua capacidade de aproveitar o baixo nível de consciência individual que uma população mantém quando é tomada por um comportamento de rebanho. E uma vez que as pessoas se tornam semelhantes a ovelhas, esperando que o seu pastor as conduza, ele pode facilmente manipular as emoções desse rebanho, inculcando nela a obediência através do medo.
Nos dias modernos, a maneira mais eficaz de incutir medo deliberadamente é por meio de uma “blitz de propaganda”. Em uma blitz de propaganda, todos os braços da grande mídia apresentam ao público evidências, reais ou fabricadas, de um ato horrível de importância nacional ou internacional, ou de uma crise que pode causar sérios danos à sociedade.
Se o retrato do evento ou crise pela mídia for dramático e persuasivo o suficiente, pode desencadear uma histeria coletiva que se autoperpetua. Os relatórios iniciais motivam as pessoas a usar as mídias sociais para postar suas reações impulsivas e baseadas no medo, alimentando ainda mais o frenesi e intensificando o clima de medo.
E é disso que se trata o livro 1984 de George Orwell: a manipulação de toda uma nação através do medo e da vigilância constante dos seus cidadãos. Mas, para entendermos como essa lavagem cerebral foi feita nas pessoas, e que fizeram com que elas acreditassem dogmaticamente em um líder tirano, precisamos entender como a sociedade do livro foi dividida.
Bom, depois que um conflito nuclear separou as nações do mundo, elas foram divididas em três superpotências: A Oceânia, que inclui as Américas, a Austrália, a Inglaterra e uma parte do sul da África. A outra superpotência é a Eurásia, que inclui a parte norte do continente europeu e do continente asiático. E a última superpotência é a Lestásia, que inclui a China e os países próximos a ela. Essas três superpotências vivem em constante guerra, só que ninguém sabe se isso é mesmo verdade ou não.
O Estado de cada nação anuncia que eles estão em conflitos apenas para manter a sensação de medo na população e fazer com que as mercadorias produzidas nas fábricas sejam extraviadas do mercado e direcionados para a guerra, o que deixa a população carente de recursos porque essas mercadorias não estão sendo movimentadas no mercado, mantando todos estagnados financeiramente ou cada vez mais pobres. Os Estados usam a desculpa dos gastos direcionados para a proteção das fronteiras para fazer com que a população acredite que elas precisam do Estado para protegê-las.
O livro se passa dentro da nação Oceânia. Ela é divida em três castas. Essas castas são comandadas por um tirano chamado de Grande Irmão ou Big Brother, que é onipotente e onisciente. Ele está no topo da pirâmide. Só que ninguém jamais viu ele. É como se fosse apenas uma ideia que paira sobre a cabeça de todos. Ele é apenas um rosto nos banners e uma voz nas rádios.
A função do Grande Irmão é atuar como um ponto de medo e reverência, emoções que são mais facilmente manipuláveis por uma população em estado de rebanho. O Grande Irmão na verdade é uma crítica de Orwell à Josef Stalin, o ditador da União Soviética, que era tido como onipotente entre os governados.
Logo abaixo do Grande Irmão na pirâmide, está o núcleo do Partido, que é responsável apenas por manter e perpetuar o poder através da força e do medo.
Para seguir a explicação, eu vou comentar primeiro sobre a base da pirâmide e depois sobre o meio dela. Então, na base da pirâmide está a população como um todo, as massas. Só que, o Estado totalitário, que no livro é chamada de O Partido, não mantém vigilância e não manipula as massas. Isso porque elas se manipulam sozinhas, já que passam mais de 16 horas por dia trabalhando para tentar sobreviver, não tendo muito tempo para pensar ou mesmo para se dar conta dos grandes problemas, e se restringem apenas às suas circunstâncias locais, pensando em como chegarão vivos até o final do mês.
Eles são incapazes de perceber que o mundo poderia ser diferente do que ele é. Eles mesmos se autodestroem com as loterias, prostituição, bebidas e jogos de azar, tentando afogar suas angústias se deslocando da realidade. Mas O Partido sabe que as massas só se tornariam perigosas se o avanço da técnica industrial exigisse que recebessem uma melhor educação e mais instrução. Para prevenir isso, a educação e a venda de livros são negligenciadas ou desviadas para os gastos com as fronteiras. Triste, eu sei. Qualquer semelhança com a nossa realidade é mera coincidência, ou não.
Agora, no meio da pirâmide descrita no livro, está o que George Orwell chamou de Partido Exterior, logo abaixo do Núcleo do Partido. O partido exterior, diferente das massas, tem um potencial de tomar o poder, e por isso eles são constantemente vigiados. Essa classe é em geral formada por cientistas, jornalistas, funcionários públicos, artistas, burocratas, sociólogos, professores e políticos.
ponto de vista do Partido, os perigos reais que ele sofre decorrente dessa classe, o Partido Exterior, é a vontade de poder e o surgimento do ceticismo político. Ou seja, o problema dessa classe também é educacional, com a diferença de que eles possuem recursos reais para subverter o topo da pirâmide. Então, para que isso não aconteça, essa parte do meio da pirâmide sofre incessantemente uma série de manipulações para que eles pensem e façam tudo aquilo que o Partido, o topo de pirâmide, quer que elas pensem e façam.
Uma das formas de manipulação é denunciar aqueles que se comportam de maneira contrária ou pensam de forma contrária ao Partido. Os filhos podem denunciar os pais, os amigos podem denunciar os amigos e assim por diante. Se um gesto ou uma frase escrita for contrária ao Partido ou entendida, e é importante esse entendida, como ofensiva, a pessoa pode ser denunciada.
Bom, o George Orwell, querendo ou não, antecipou em mais de 50 anos o cancelamento que tantas pessoas sofrem na internet hoje em dia, por supostamente pensarem ou dizerem algo contrário ao que está naquela cartilha da patrulha do pensamento das redes sociais. Mas, o que é mais curioso, é que no livro, realmente existe uma patrulha do pensamento, chamada de polícia das ideias. Ela é justamente responsável por vigiar cada passo dos cidadãos, mesmo quando eles pensam que estão sozinhos.
Mesmo um gesto facial ou um passatempo é constantemente monitorado pela patrulha. Isso lembra muito os nossos celulares hoje em dia, que tem a capacidade de escutar as nossas conversas ou mesmo de acessar os nossos dados. Ou como você acha que aparece um anúncio de calçados na sua timeline quando você só se lembra de ter dito para o seu amigo que precisava comprar um tênis novo?
Outra forma de manipulação descrita no livro é um treinamento que as pessoas recebem desde a infância chamado de crimeinterrupção. Desde a escola, as crianças do livro são ensinadas a interromperem qualquer pensamento crítico. São incapazes de compreender analogias, levar adiante raciocínios lógicos e são condicionadas a se sentirem entediadas ou incomodadas cada vez que uma sequência de argumentos é capaz de ser direcionada para um rumo contrário às ideias do Partido.
Em outras palavras, o crimeinterrupção significa uma espécie de burrice protetora. Quando um pensamento tem as chances de ser despertado na pessoa, ela interrompe instantaneamente, seja negando aquilo ou tendo um ataque emotivo.
Só que, a manipulação mais utilizada pelo partido é chamada de duplipensamento, que consiste em acreditar simultaneamente em duas crenças contraditórias. Funciona assim: essa classe da pirâmide, o Partido Exterior, é também a responsável por alterar todos os dados, registros, livros, jornais e notícias que vão na direção contrária que o partido pretende seguir e fazer com que as informações sejam favoráveis ao Partido.
O intelectual do partido sabe que as informações estão sendo manipuladas, porque ele mesmo as manipula; mas, graças ao exercício do duplipensamento, ele também se convence de que a realidade não está sendo violada.
O duplipensamento opera de forma consciente, do contrário, a pessoa não saberia que está manipulando as informações, mas ele também opera de forma inconsciente, pois do contrário traria um sentimento de falsidade, e a pessoa se sentiria culpada. Para exemplificar mais ainda: a pessoa olha para grama, vê que é verde, mas é forçada a pensar que é azul e, portanto, passa a acreditar que a grama é azul, mesmo olhando para ela e vendo que é verde, mas sem pensar que está se contradizendo. Sim, é contraditório por si só.
Agora, perceberam que os termos que são utilizados no livro parecem a junção de duas ou mais palavras? Crimeinterrupção, duplipensamento. É porque são mesmo, e fazem parte de outra manipulação por parte do Partido, mas agora através da linguagem. No livro, a sociedade é treinada para falar e escrever em uma nova língua denominada Novafala.
Ela foi desenvolvida a partir da junção de várias palavras, muitas vezes opostas entre si, justamente para estreitar o pensamento e impedir que as pessoas consigam expressá-los com mais clareza. Esse encurtamento da realidade pela diminuição do vocabulário impediria o que o livro chama de crimepensamento (olha outra palavra comprimida aí), que são aqueles pensamentos contrários aos dogmas do Partido. Então, se a pessoa tivesse menos palavras para expressar suas frustrações e sentimentos, o crimepensamento se tornaria impossível e ninguém saberia criticar o Partido. Só um detalhe importante.
Nessa distopia de George Orwell, assim como em Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, o Estado proibiu ler autores como Shakespeare, o cara que foi responsável por introduzir mais de 1500 palavras no vocabulário inglês, permitindo que as pessoas articulassem melhor suas ideias e sentimentos. Por que será que nessas distopias Shakespeare é sempre abolido, né? Enfim.
Como ficou bem exemplificado, contradições, hipocrisias e mentiras formam a base da ideologia totalitária. O sistema totalitário apresenta a escravidão do indivíduo como sua libertação; censurar informações é chamado de proteger a verdade; a destruição da cultura ou da economia é chamada de seu desenvolvimento; a ocupação militar de outros países é rotulada como o avanço da liberdade e da paz.
Em 1984, existe o chamado Ministério da Paz, que na verdade instiga guerras; o Ministério da Verdade, que fabrica propaganda e manipula as informações; e o Ministério da Abundância, que cria escassez. Na fachada do Ministério da Verdade descrito no livro está escrita a frase: “GUERRA É PAZ. LIBERDADE É ESCRAVIDÃO. IGNORÂNCIA É FORÇA.” Que só faz sentido graças a NovaFala e o processo de duplipensamento que a população sofreu ao longo de várias décadas.
E como se todas essas formas de manipulação não bastassem, ainda tem um evento promovido pelo Partido denominado de Semana do ódio. Nesse período, são montados estandes, telas e cartazes ao redor das cidades com imagens das nações inimigas para que a população destile todos os palavrões e descarregue toda a sua revolta contra elas, mesmo sem saber se as nações realmente estão em conflito.
Mas isso, querendo ou não, aumenta o senso de lealdade das pessoas pelo Partido, pois faz com enxerguem tudo que é contrário ao Partido como sendo inimigo ou hostil. Bom, quanto a isso, eu nem preciso comparar com a nossa realidade atual.
Mas o fato é que o livro usa diversos acontecimentos ocorridos durante a União Soviética e no Reino Unido no que diz respeito à manipulação de informações, queima de arquivos e censura de modo geral. Essa semana do ódio, por exemplo, é inspirada nas palestras que o período do regime stalinista na União Soviética dava aos trabalhadores durante o intervalo do expediente.
A novafala também foi inspirada com base na imprensa soviética e no vocabulário da Inglaterra durante a Segunda Guerra, fazendo com que os soldados imergissem em uma realidade total de conflito.
A visão de Orwell sobre a conexão entre totalitarismo e coletivismo é um tanto quanto supreendente, pois Orwell, na verdade, era um socialista ferrenho e um crítico feroz do capitalismo, e esperava que, após a sua dissolução, o socialismo democrático surgisse no Ocidente. O problema, no entanto, com o qual Orwell teve que lidar, foi a falta de exemplos, passados ou presentes, de qualquer país adotando com sucesso o socialismo democrático.
E todos os estados que se voltaram para o coletivismo na primeira metade do século XX, como a Alemanha e a Rússia, adotaram o que Orwell chamou de coletivismo oligárquico, e não o socialismo democrático. O coletivismo oligárquico é um sistema totalitário no qual uma elite de poucos, sob o disfarce de uma ideologia coletivista, centraliza o poder usando força e engano, e é justamente o sistema central do livro 1984. E Orwell estava realmente preocupado que o mundo sucumbisse a esse sistema oligárquico e tirânico.
Foi depois de ter percebido os horrores do totalitarismo de Stalin que Orwell escreveu um dos seus livros mais famosos, O Revolução dos Bichos, uma imensa sátira a União Soviética do período Stalinista. Embora Orwell tenha defendido até o fim da vida o socialismo democrático, sempre que a ideia de uma nação igualitária e centralizada se manifestava na realidade, ela se transformava em uma tirania, concentrando o poder na mão de poucos ou de um só, o que ele condensou em uma passagem de 1984:
“O paraíso terrestre fora descreditado exatamente no instante em que se tornara praticável”.
George Orwell, 1984.
1984 é a última obra escrita por Orwell. Ele morreu pouco menos de um ano depois que a obra foi publicada, em 1950, aos 46 anos. Parece realmente que ele esperou terminar a obra para morrer. Mas isso pode ser explicado pelo que Viktor Frankl chama de vontade de sentido. Quando temos algo pelo lutar, o ser humano consegue suportar quase qualquer como.
Com o escritor Goethe aconteceu algo semelhante. Morreu pouco tempo depois de publicar Fausto, um dos maiores poemas da história da humanidade.
Uma última coisa. Existe um termo criado a partir das obras de George Orwell: o termo orwelliano. Essa palavra se refere às circunstâncias em que o bem-estar e a felicidade dos cidadãos são prejudicados por um poder político centralizado.
Mas não é por meio do regime totalitário em si, mas pelas manipulações das informações feitas através da mídia e da linguagem com o propósito de servir a um determinado poder hegemônico. Ou seja, qualquer lado de uma disputa pode usar o termo Orwelliano para acusar o outro lado de manipulação. Orwelliano pode ser usado até mesmo contra o próprio termo, já que muitos veem a obra 1984 como uma crítica ao socialismo, mas, como eu disse, George Orwell era socialista.
Chamar Orwell de capitalista por você pensar que 1984 é uma crítica ao socialismo, é orwelliano. No livro, ele faz um apelo para as pessoas se darem conta de que a verdade objetiva do mundo está cada vez mais sendo encoberta por um relativismo baseado em opiniões e principalmente pela manipulação das informações.
“Os truísmos são verdadeiros, não se esqueça disso. O mundo sólido existe, suas leis não mudam. As pedras são duras, a água é úmida e os objetos, sem base de apoio, caem em direção do centro da Terra. Liberdade é liberdade de dizer que dois mais dois são quatro. Se isso for admitido, tudo o mais é decorrência”.
George Orwell, 1984
É a semeadura intencional de confusão em massa pelo Partido e sua negação da verdade objetiva que formaram o elemento fundamental do poder totalitário descrito no livro. Ou como Orwell escreve:
“’Você aprende devagar. […] ‘Como posso evitar?’ […]. ‘Como posso evitar ver o que está diante dos meus olhos? Dois e dois são quatro.’ ‘Às vezes são cinco. Às vezes são três. Às vezes são todos eles ao mesmo tempo. Você deve se esforçar mais. Não é fácil ficar são.’”
George Orwell, 1984
Sempre é possível sair do estado de psicose das massas, voltando justamente à sua consciência enquanto indivíduo, percebendo-se enquanto indivíduo e tentar, através de um exame de consciência, compreender quais ideias pertencem a você, e quais ideias são emprestadas de outros. Wiston, o personagem principal do livro, se convence o tempo de que algo está errado, mesmo quando todos a sua volta pensam o contrário. Ele estava inserido em todas as circunstâncias que fizessem com que ele renunciasse à essa sua intuição. Mas ele se mantinha firme em sua convicção.
“O fato de ser uma minoria, mesmo uma minoria de um, são significava que você fosse louco. Havia verdade e havia inverdade, e se você se agarrasse à verdade, mesmo que o mundo inteiro o contradissesse, não estaria louco”.
George Orwell, 1984.
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