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![A autossuficiência — aquela pessoal, que diz respeito ao indivíduo — talvez seja uma das piores racionalizações da modernidade.
É um imperativo da natureza humana, em maior ou menor grau, o de se relacionar com algo ou com alguém para evitar a desintegração mental.
"[...] ninguém, com efeito, preferiria viver sem amigos, mesmo que possuísse todos os outros bens", escreveu Aristóteles.
O medo à solidão transpassa as mais variadas dimensões do ser humano. A solidão física é a mais suportável e tolerável de todas; mas como Erich Fromm aponta em Medo à Liberdade, a solidão moral — aquela onde há um desamparo de valores e aspectos transcendentais — é pior que a solidão física. Mesmo num deserto, um monge está em sua plenitude se estiver ligado a Deus. Mesmo em sua cela, um prisioneiro político não estará só se estiver presente dentro dele uma ligação com a sua causa.
"Teria Satanás", escreve Balzac, "arranjado companheiros não fosse este impulso irresistível?" — isto é, o de fugir da solidão.
Enquanto houver uma ameaça a este anelo, o ser humano encontrará formas de evitar a solidão, desde pets e animais de estimação à parceiras de Inteligência Artificial. Contudo, é insuportável para nós o sentimento de haver apenas um "eu" sem um "outro".
Mesmo Cristo, por um breve momento, sentiu a pior dor do mundo: "Deus meu, por que me desamparaste?"
Confira o último vídeo que postei no canal no Youtube sobre o tema. Link na bio!](https://atoepotencia.com.br/wp-content/plugins/instagram-feed/img/placeholder.png)